
Não me qualifico como fã, sou apenas uma eterna admiradora dos acordes livres, eufóricos, doces, sinceros e poéticos da banda que fez (e faz) história no cenário musical brasileiro. Garanto que eles são muito mais que “Ana Júlia”. E coloquem muito nisso!
Quem nunca, em um dia qualquer, ao escutá-los, chorou de satisfação, raiva, emoção, desilusão ou apenas soluçou por ter o privilégio de deixar deslizar por seus ouvidos, a voz ingênua, não menos serena e totalmente plena do Marcelo Camelo. Ou quem sabe não acompanhou, num bemol ou sustenido maior, a euforia ousada e infindável da voz irreverente do Rodrigo Amarante. Tudo isso acompanhado, de forma extrema, pela batida de Barba e a elegância de Bruno Medina.
Pode acreditar, mas eu já “dancei errado” só em escutar maliciosamente “Retrato pra Iaiá”. Já me espelhei na “Morena”, já fiz versos por conta da “Casa Pré-Fábrica”. Lagrimei por falta de um sorriso com “A flor”, me fiz terna com “Sentimental”. E a “Primavera”? Entra em todo coração que canta junto com o batimento de qualquer melodia dos nossos Hermanos.
“Veja bem, meu bem”, o que você lê não é um fardo de palavras que puxam saco. É um monte de palavras sinceras de reconhecimento do que é bom, em um grande acervo de música nacional.
“Deixa ser, como será?”, assim, muitos se perguntaram quando a banda se desfez por um tempo indeterminado. E continua assim...
Eu os classifico de imediato como uma decodificação de sentimentos. É uma aventura exorbitante de contentamento. É um momento em que aquele período é apenas seu (quem escuta) e de seu cálice. Com interpretações únicas. “À palo seco” e “Esquados” se encaixam nessa parte.
Talvez um “Outro Alguém” tente fazer o que os nossos Hermanos fizeram: história com sua própria forma de expressão. Eles realmente são de todo tamanho, uma grande inspiração.
Alline Meira - 4º sem