
Nada de nada
Os tantos de muitos escritos que escrevi
Tantos de muitos sinceros escritos
Um talz de talvez
Esse deve ser o que de tantos e muitos eu quis escrever
Calos veteranos nas mãos tortuosamente usadas
Ousando, um canto lírico de saudade
Suando, uma poesia rimada de vontade
A noite chega sem vaidade, sem alguma mera vaidade
Cansei de tanta, de muita guerra
Dessa brincadeira de menina amarela
Ta triste e melancólica terra
Da falta de ver a vida nos olhos dela
Pego a trilha sorrindo e morrendo
Sorrindo por estar de pé
Morrendo por decair na solidão
Percebendo que nada vale nada, tudo é ilusão
Vou sair daqui, ir praí, fugir
Cantar, rimar, te fazer curtir
Vou parar aí, te fazer feliz
Tocar, compor, fazer-me sorrir
Mas chove agora afoitamente
Chuva fria, forte, fina, rente
Desespero e agonia, cria
Forte voz suspira pra abraçar meu guia
Pego essa trilha chorando e vivendo
Chorando pela ausência da criança
Vivendo por existir esperança
Percebendo que nada vale nada, tudo é só lembrança
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Último Capítulo
De tanto amor tonto, por amar tanto
Recorri- me ao motivo de pranto, santo
Circunstância armada por manto
Razão comprovada de eterna, portanto
Pergunto-me: esta carregada?
A pistola na mesa, a porta fechada
Retiro-me do testamento por nada
Escrevo a autobiografia, nossa, cansada
Dum quatro de um último capítulo
Numa falta desesperada, armada, carregada
De amor, de paixão, solidão
Indo pro infinito sem corpo, só espírito, antes do cotilhão
Aprendes-te o que ele faz, o que me fez?
Com palavras fardas de alegria, você
Com o amor que eu tanto queria
Confesso de pés juntos a triste destruição da companhia
Dum quatro e dezesseis, num frio de agonia
Será já minha morte em euforia? Suicídio...
A pistola carregada sobre os livros ia
De frente com os invisíveis guias, imprevisível
Amor, de tanto amar o tonto, morria
Compreendo-me dos prantos que nascia
De minha partida escura, tardia
Por alegria e corporação da monotonia
Falem de mim com saudade, um dia
Nem tanto de minha vaidade, sem cria
Falem do acrescentado, do bem, do inventado
Lembre que fui amor, puro amor, não amado...
A morte mudou tudo, sem explicação
Olho-me do lado de fora, a pistola debaixo de minha mão
Ajoelho-me no chão, lágrimas ainda vivas tão
E agora? O fim, e um clarão...
6 comentários:
Aline...
tá me surpreendendo cada dia mais
:)
Kaúla,
você ultrapassa o (des) limite do (in) explicável!
Abraços, flores, estrelas..
=)
Ei muito bom...
particularmente sou fã de poesia...
acho que é o momento em que deixamos de ser simplesmente humanos, ou como diria Nietzsche "Demasiado Humano"
Parabéns pelo fruto do ventre da emoção...
Gênesson Honorato
(é aluno do 6ºsem. de Psicologia da FTC Itabuna. E admirador do blog)
Concordo com você Gênesson!Mais poesia no Blog...rsrs!!
Até considero uma das emocionates essa "Último Capítulo". realmente deixamos de ser "simplesmente humanos"...
=)
Linda menina que encanta com suas palavras!
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