terça-feira, 5 de maio de 2009

DIÁRIO DO SUL: Puro Sensacionalismo


Ao ler a edição de hoje do Diário do Sul, eu senti vergonha de ter um jornal desses representando o jornalismo em Itabuna. Foram publicadas, com direito a rosto, sangue e carro acabado, fotos do acidente que aconteceu com os cinco jovens na rodovia Ilhéus-Itacaré.
Tudo bem que o público adora ver imagens e saber como as coisas aconteceram, mas a forma como essas fotos foram publicadas, foi puro sensacionalismo. Uma atitude ridícula vindo de um jornal que já está ativo há tanto tempo. Sensacionalismo não se encaixa no bom jornalismo, e quem trabalha com isso sabe!
Além de uma publicação esdrúxula, a matéria e as fotos usadas ferem a ética. E caso o responsável pela publicação não saiba, o jornalismo TEM um código de ética, que inclusive pode ser encontrado na Internet. Mas pelo jeito não foi só com a ética que o Jornal deixou de trabalhar, ele também esqueceu em casa a falta de respeito com todas as famílias que estão sofrendo com a morte dos entes queridos.
Pergunto-me, como estudante de jornalismo, qual a necessidade de fotos escrotas, e que me perdoem o uso da palavra, mas eu as defino exatamente desta forma. Isso tudo foi para vender mais que a concorrência? Foi para ter mais publicidade na próxima edição? Tudo isso foi pelo dinheiro? Será que realmente vale à pena ultrapassar todos os princípios básicos de uma boa educação e de uma boa ética, por causa de capital?
Nós temos caminhos a seguir e cabe a nós mesmos, decidirmos se vamos seguir o lado que nos traz o dinheiro, ou o lado que nos traz a consciência limpa. Agora peço que o responsável pela publicação se coloque no lugar dessas famílias e me responda: você gostaria de ver a foto do seu filho morto publicado em algum jornal?


Clara Abdo - 5º sem




6 comentários:

Aline Dos Anjos disse...

"Poooora" arrazou amiga...realmente foi uma falta de respeito com os familiares, faça da minha as suas palavras...assino em baixo!

Maisomeno disse...

Independente da "falta de ética" citada por você, qualquer veículo de comunicação busca resultados, não importa por quais caminhos isso venha a ocorrer.

Certamente, houve um certo exagero em publicar as fotos daquela maneira, entretanto, o jornalismo não se envolve apenas no objetivo de informar e instruir o público, como também busca, através de ferramentas persuasivas, atrair incessantemente mais e mais leitores.

Alline Meira disse...

Se eu tiver que atrair leitores dessa maneira, desculpe-me, não serei jornalista! Isso não é fazer jornalismo, é querer vender mais! Acima d qualquer coisa prevalece o humanismo. Informar, lógico, é preciso, necessário. Mas vamos nos colocar no lugar dos familiares das vítimas, amigos...Um veículo diário divulgar uma foto com tamanho impacto?! Atitude exagerada...Isso mostra que pra vender o Diário tem que apelar por alternativas desse porte...Apelação pura para vender mais que a concorrente...

Luísa disse...

Eu concordo com absolutamente tudo que Aline disse nos dois comentários!!
Dinheiro é bom... Todo mundo gosta! Dar um furo de reportagem é o desejo de qualquer jornalista. Mas não podemos deixar que o lucro e a vontade de atrair mais leitores passe por cima da ética e do respeito ao próximo.
Eu não conhecia nenhuma das meninas, mas me fez muito mal abrir o jornal e ver aquela imagem. Eu penso nos pais daquelas garotas, nos amigos... Já deve ter sido bastante doloroso receber o corpo de uma filha morta. Não era necessário colocar o dedo na ferida.
Eu tenho certeza que com a foto do carro (sem corpos) no local e com boas informações sobre o acidente o jornal já teria vendido o suficiente.
O responsável pela infeliz publicação deveria refletir um pouco sobre isso!

Clarinha, amei o texto!

Luísa disse...

Deixa eu consertar o que disse...

"Eu concordo com absolutamente tudo que Aline disse nos dois comentários!!"

Com o que as duas Alines disseram! Rs!

Anônimo disse...

Absurdo! Em Itabuna, tem muita gente que se intitula jornalista sem ser graduado. Cadê o diploma? “É Jornalista, não!”. “Imprensa, não, vírgula”. Para ser jornalista tem que ter Diploma. Eles não têm.

O diploma é uma condição essencial. Ele significa que o jornalista tem a formação mínima para exercer a profissão com conhecimento técnico e postura ética, capazes de aperfeiçoar o talento individual.

A formação acadêmica é essencial para o jornalista. É vergonhoso o “jornalista” itabunense discutir o contrário. Que cidade é essa? O diploma é fundamental em todas as profissões. Por que apenas com o jornalismo seria diferente?

Magnólia Ramos
(Jornalista/professora)